Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.
Eu saio da Sapana sempre uma mulher nova. Hoje venho de lá
com o sabor de um dia de Verão na pele. Fui procurar ingredientes para uma
salada noturna de Verão, uma noite romântica a dois. Ingredientes da terra,
massas frescas e um vinho gelado.
Já há muito tempo que não tinha esta sensação e sinto que,
pouco a pouco, volto ao sítio que é o meu. Saí de lá há alguns anos, sabe-se lá
a propósito de quê, e a cada momento do meu passado recente consigo perceber uma
peça neste puzzle que me puxa mais ao centro. Como se fosse uma mandala a
chamar-me – a minha mandala está a chamar. Eu pedi-lhe que me chamasse porque
já não conseguia encontrar o caminho até ela. Agora parece que a ouço.
Hoje saí da Sapana com a energia a correr-me na pele, na
carne. Senti a energia enraízada no chão pelos meus pés, pelas minhas pernas.
Senti-me tremer como varas verdes mas tal como o bambú não verga, eu dancei e
fiquei. Estou a caminho do meu centro e parece-me que estou cada vez mais
perto. Consigo senti-lo no paladar, consigo sentir a sua música, o seu aroma de
noite de Verão com vinho fresco, amor e pés descalços.
Amanhã será dia de celebrar com a Sapana o bem que me fez desde
que o ano começou. Eu sou uma miúda inspirada e ali conheci um ninho parecido
com o meu. Ali também me senti em casa. Aquele ninho é dos que oferecem asas
para voar e motivos para voltar. Sempre que ouço o apelo volto...e saio de lá uma
nova mulher. Hoje saí Verão; solta e dançante, fresca e musical.
Amanhã é dia de conhecerem a Sapana na RTP1 entre as 17h e
as 18h. Estaremos lá, como uma família a que eu sinto pertencer; uma família
que deixei invadir-me porque falamos a mesma língua. É amor. É também este
ninho estival, carregado de música quente e vibrante. É sonho, Sapana é sonho.
É essa a nossa língua comum.
No carro, com as janelas abertas, a cantar com o ventre.
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